Fonte: Agência Brasil 
 Data: 09/05/2011 09:49 
A Agência Nacional de Petróleo, Gás  Natural e Biocombustíveis (ANP) criou um grupo de trabalho que vai  definir as ações para regulamentar o mercado de etanol no país. A  decisão atende à Medida Provisória 532, assinada no dia 29 de abril pela  presidenta Dilma Rousseff, que tornou a agência responsável pela cadeia  de produção, movimentação e abastecimento de biodiesel e etanol,  incluindo importação e exportação dos produtos.
Entre  outras providências, a MP 532 conferiu poder ao Executivo para alterar o  percentual de álcool anidro adicionado à gasolina, que poderá variar de  18% a 25%, com objetivo de reduzir o preço final do combustível aos  consumidores. A decisão do governo de mudar a classificação do etanol de  produto agrícola para insumo estratégico, tornando ANP responsável pela  estocagem e comercialização do combustível, repercutiu em diversos  setores ligados ao produto.
Na  opinião do diretor da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e  Lubrificantes (Fecombustíveis) Ricardo Viana, a decisão do governo de  mudar a classificação do etanol (de produto agrícola para combustível  estratégico) "atende à antiga reivindicação da categoria". Haverá,  segundo ele, maior regulação do setor, porque o etanol "só se tornava  combustível, e não meramente um produto agrícola, quando era emitida  nota fiscal na saída da usina para redirecionamento à distribuidora".
O  pesquisador da Embrapa e especialista em agroenergia José Manoel Cabral  acredita que o governo agora passa a ter condições de "implementar um  plano estratégico, por meio da ANP, para aumentar a produção de álcool”.  Segundo ele, com a mudança do status do etanol, que passa para a  categoria de insumo estratégico, haverá melhor condição para planejar a  produção e a distribuição, com regulação do percentual de mistura [de  álcool na gasolina]".
Para  o diretor técnico da União Nacional da Indústria de Cana-de-Açúcar  (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues, "é de se esperar a instalação de  novas unidades de processamento da cana-de-açúcar como aconteceu entre  2005 e 2008 e, também, o aumento da lavoura para aumentar a fabricação  do etanol".
Essa  será, de acordo com Rodrigues, a solução para regularizar o  abastecimento interno do álcool combustível. Em 2005, havia um cenário  muito positivo de produção e o Brasil saiu de um estoque de 300 mil  toneladas de cana para 600 mil toneladas anuais. Na época, o número de  usinas cresceu na mesma proporção. Mas, a partir de 2008, houve retração  da oferta de etanol e não se viu mais a instalação de novas usinas.
O  diretor da Unica alertou que, em situações assim, o investidor precisa  ter segurança de retorno financeiro do negócio, pois é necessário gastar  dezenas de milhões de dólares em novas usinas. Para Rodrigues, a  redução do percentual mínimo de mistura do álcool à gasolina, que passa a  variar de 18% a 25%, é uma medida que pode ajudar apenas em momentos  pontuais.
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